Museu Judaico e Goethe-Institut debatem Segunda Guerra e a questão dos refugiados

Seminário em parceria com o Goethe-Institut de São Paulo traz à tona debates sobre a Segunda Guerra Mundial e um olhar contemporâneo sobre os refugiados e imigrantes, no Brasil.

Para promover o intercâmbio de conhecimento, o Museu Judaico de São Paulo e o Goethe-Institut realizam o Seminário 75 anos da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial: a questão dos refugiados e os desafios atuais. O evento ocorre no dia 14 de setembro, às 16h, nas instalações do Goethe-Institut de São Paulo.

 

Ao longo do encontro, pesquisadores, gestores, agentes da sociedade civil e de ONGs, importantes artistas e agitadores culturais estarão presentes como fomentadores do debate. O objetivo é proporcionar uma troca a partir de diversos olhares sobre a participação brasileira na Segunda Guerra – único país da América Latina a enviar tropas –, a constituição do refúgio como direito internacional e quais são as configurações contemporâneas dessa questão que transformou as barreiras geopolíticas do mundo.

 

As mesas se concentrarão em dois eixos: O papel do Brasil na Segunda Guerra Mundial e A Imigração Contemporânea. Além disso, haverá apresentação do grupo Músico Cidadão, participação do coletivo gastronômico Congolinária e da representante do projeto Peace On the Table (POT), Sheila Mann.

 

O músico Leo Bianchini, um dos idealizadores do Músico Cidadão, reforça que este é um debate necessário e que “joga uma luz” sobre maneira de inserção de refugiados e imigrantes e, ainda, promove a troca cultural.

 

Confira o programa completo

 

16h | O Papel do Brasil na Segunda Guerra.

 

  • Tullo Vigevani: Introdução e contexto histórico
    Doutor em História Social pela USP. Professor titular de Ciência Política da Unesp. É pesquisador do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos dos Estados Unidos (inct-ineu).
  • Israel Blajberg: Envio da Forças Expedicionárias Brasileiras (FEB).

 

Presidente na Academia de História Militar Terrestre do Brasil – Rio de Janeiro, diretor da Casa da FEB e da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (ANVFEB). É autor do livro Soldados que vieram de longe.

 

. Marília Bonas: Como se deu a recepção aos imigrantes e refugiados na década de 1940.

 

É historiadora e mestre em Museologia Social pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Atua na área de museus há 16 anos. Foi diretora do Museu do Café e do Museu da Imigração por sete anos. Atualmente é coordenadora do Memorial da Resistência de São Paulo.

 

  • Nancy Rozenchan: A construção da memória da comunidade judaica. Relato sobre a vida da família de Ellen MaQuoid, em Berlim.

 

Professora sênior de língua hebraica, literatura e cultura judaicas da USP. Membro do conselho editorial de diversos periódicos acadêmicos. Tradutora e curadora do Museu Judaico.

 

18h | Mesas de debates A imigração contemporânea.

 

Eixos Temáticos: Fatores que motivam o refúgio e os movimentos imigratórios; atuação das instituições governamentais e sociais; direitos de imigrantes e refugiados; e inserção dos refugiados no Brasil, questões educacionais, jurídicas e culturais.

 

  • Grupo Trocas Urbanas – Congregação Israelita Paulista (CIP) e Missão Paz, da Paróquia Nossa Senhora da Paz.
    Promovem saídas pela cidade de São Paulo com grupos de refugiados. O objetivo é desenvolver a autonomia dos participantes e oferecer a eles um maior contato com a cultura nacional.

    · Padre Paolo Parise da Missão da Paz.
    Nasceu em Marostica, na Itália. Atua em trabalhos sociais no Grajaú e em apoio aos imigrantes e refugiados que chegam a São Paulo. É diretor do Centro de Estudos Migratórios (CEM) e coordenador da Missão Paz.

. Sheila Mann do Peace on the Table (POT).

 

Nascida no Líbano, passou a adolescência em Israel e emigrou para o Brasil. Em 2010, criou o projeto POT, no qual tem por missão a culinária pela paz. Formou um grupo de mulheres árabes cristãs, muçulmanas e judias que se encontram, uma vez por mês, para comer, cozinhar e compartilhar experiências. Recentemente, abriu uma fábrica de hummus, por considerar esse prato símbolo de aproximação entre judeus e árabes. Emprega na fábrica somente mulheres.

 

Encerramento com Marília Bonas: A construção da memória dos refugiados.
20h | Apresentação do grupo Músico Cidadão.

 

Grupo de música formado por refugiados, liderado por Leo Bianchini.

 

Haverá venda de comidas com do Congolinária: Descobrindo os Sabores do Congo.

 

Coletivo gastronômico que apresenta pratos tradicionais da culinária congolesa, que privilegiam a utilização de produtos naturais. Todo seu cardápio é preparado de modo artesanal, mantendo viva a tradição das famílias congolesas que preparam suas refeições em casa, sem o hábito de alimentar-se fora, como nas grandes metrópoles ao redor do mundo. Respeitando a base da dieta congolesa que é vegetariana, o Congolinária não servirá nenhum produto de origem animal e também proporá algumas releituras com ingredientes não tão comuns no Congo mas facilmente encontrado no Brasil.